A Blue Coast

No início dos anos 70, o surf explodia em Salvador.
As pranchas eram monoquilhas “single fins” e o tamanho geralmente variava entre 6 a 8 pés, eram as chamadas minimodels.
Ramilton Conceição acabara de adquirir em 1974 uma dessas monoquilhas da marca Rico. Então ele teve a idéia de reproduzir a prancha que achava mágica.
Chamou os amigos Guiga Matos e Arnoldo Neves, compraram o material na Moldeglass (uma loja que vendia produtos para fabricação de pranchas no bairro de Nazaré), e na garagem da casa de Arnoldinho shapearam com ralador de coco o que seria a primeira Blue Coast (O nome é em homenagem à Praia do Costa Azul posteriormente conhecida como Coco Beach na Pituba).

Apesar da prancha ter tido um resultado muito aquém do esperado, ficou a esperança de se tentar outra vez. Só que deveria ser em outro local porque a garagem da casa de Arnoldinho ficou definitivamente vetada por causa da bagunça e sujeira resultante da fabricação da prancha.
Quase um ano se passou quando a dupla Ramilton e Guiga resolveram construir dentro de um terreno na casa de Guiga, um barracão de blocos e fazer uma fábrica de verdade.
Naquela nova empreitada Arnoldinho saiu e entrou Rai Cavalcanti e isso foi determinante para o sucesso da Blue Coast. Rai como laminador trouxe mais profissionalização e maior controle de qualidade.
Naquele barraco de tijolos, o sonho daqueles jovens estava se concretizando: fazer as melhores pranchas e desenvolver novos designs.

Ramilton, por questões pessoais mudou-se de cidade e então Fernando Guy assumiu a plaina. Ainda sob a crise do petróleo mundial em 1979 tendo a escassez de materiais, notadamente os blocos de poliuretanos, a Blue Coast seguiu a mesma estratégia usada por outras fabricantes nacionais, descascando as antigas singles fins grandes.
Com a volta da normalidade do fornecimento de blocos de poliuretano principalmente o Clark Foam, a Blue Coast voltou a investir, só que dessa vez, em materiais de extrema qualidade.
Pioneira no uso tecidos de 4 e 6 onças Barlington e resinas de poliéster sem aceleração de fábrica, a Blue Coast ficou reconhecida como excelência na fabricação de pranchas na Bahia.
Mas não foi só em material que a Blue Coast investiu, novos shapers e alguns já consagrados como Maurício Abubakir passou a fazer parte do time. Artistas plásticos de renome como Ruy Santana também emprestavam seus talentos nas pinturas das pranchas.
Colaboradores como Ivan Lopes, Rogério Rezende, Dyno Boy, Luis Augusto, Mauro Chiarioni, Jorge Rocha, Gato Man, dentre outros também fizeram parte da “família Blue Coast”.

As pranchas Blue Coast não eram somente pranchas de surf eram ícones de qualidade e que cada uma delas tinham sido criadas como fruto de um sentimento de fazer bem feito.
Como o objetivo primordial da fábrica não era o financeiro, aos longo dos anos 80 a fabrica foi sendo desativada mas a sua mística permaneceu.
Agora, com o resgate daquele sentimento, a marca Blue Coast ressurge como um conceito de Cultura Surf e Design.
Mais uma vez a Blue Coast não objetiva o lado financeiro, e se você ver a marca Blue Coast estampada em qualquer lugar saiba que ali há o resultado de uma paixão.

Blue Coast mais que uma marca, um sentimento.

O Sentimento Retorna à Tona

Após muitos anos de “fechada” a Blue Coast continuou no sentimento das pessoas que um dia possuíram pelo menos uma daquelas jóias.

Era muito comum encontrar as pessoas na rua que perguntavam sobre um retorno da marca da agitou a Bahia nos anos 70 e 80.

Pensando nisso Rai Calvalcanti, Guiga e Ivan Lopes resolveram fazer um revival da marca. E isso é muito mais estórias a seguir…

A Blue Coast e a reedição de sentimentos

Dentro do espírito de revival, a Blue Coast contratou alguns shapers e produziram algumas pranchas em edição especial limitada.

Tom Curren verifica algumas Blue Coast.
Serie de Pranchas Bi-quilhas réplicas das pranchas dos anos 80
Rai Cavalcanti e Ivan Lopes seguram a número 001 na nova série de bi-quilhas feitas por Maurício Abubakir
Prancha de Guiga Matos número 010 da série especial.

Na retomada alguns shapers tiveram o prazer em desenvolver algumas pranchas:

Daniel Friedman – Uma série das lendárias pranchas da Brahma – Monoquilhas e biquilhas

Fábio Gouveia – Uma série de Biquilhas e Monoquilhas

Maurício Abubakir – Uma série de réplicas das Biquilhas inspiradas nos shapes de Mark Richards.

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